6.10.11

Produção e exibição do audiovisual brasileiro

É um grande erro copiar formas americanas de qualquer produto cultural. O Brasil é infinitamente mais rico culturalmente que um país descartável como os Estados Unidos.

Nos anos 50 foi criada a Vera Cruz, um estúdio nos parâmetros Hollywoodianos, que apesar de ter proporcionado vários sucessos cinematográficos de chanchadas e dramas clássicos, não durou muito, por não conseguir se manter independente do estado, lidando com valores estratosféricos. O oposto disso foi a criação da Embrafilme, uma empresa que bancava e distribuía em nível nacional nossos filmes, dividindo o mercado de maneira justa com o cinema de fora (que não era tão ruim como o de hoje em dia); outro fator favorável é que haviam muitas salas de exibição, salas grandes espalhadas por bairros e pequenas cidades.

Collor 1990, o presidente “mauricinho” queria transformar o Brasil em uma retenção de produtos importados, acaba com a Embrafilme e conseqüentemente com o cinema nacional. Nessa época eram produzidos em média de três a cinco filmes de longa metragem e sem possibilidade de exibição.

Fernando Henrique Cardoso, 1994, cria a Lei de Incentivo a Cultura e a Lei do Audiovisual, desta forma se dá a famosa retomada do cinema brasileiro com O Quatrilho, Baile Perfumado, Carlota Joaquina e tantos outros. Porém a invasão dos Estados Unidos com um cinema comercial e descartável, a redução das salas de cinema nas cidades pequenas a quase zero e nas grandes cidades as salas migrando para shoppings que exibem exclusivamente cinema comercial em salas agora minúsculas.

O grande problema da nova lei do audiovisual é que você precisa fazer o projeto, mandar para ser aprovado, se for aprovado começa a peregrinação de bater nas portas das empresas pedindo dinheiro, a empresa pode achar que a marca dela não se sairá bem de estar estampada no seu filme e com muito esforço daqui a 5 anos ele pode ser finalizado; outro fator que implica é que depois de pronto há o problema da exibição que a lei não inclui, realmente se a pessoa não tiver um grande empenho não fará um filme com recursos que não sejam próprios.

A única saída para a maioria mostrar seus filmes (principalmente curtas metragens que possuem uma lei de exibição nos cinemas, mas que deixou de ser cumprida dês do final dos anos 80) são os festivais espalhados pelo Brasil e algumas exibições em canais de televisão por assinatura, que democraticamente premiam o esforço daquele cineasta brasileiro que não entra nos moldes da Globo Filmes.

Com a chegada do cinema digital, no qual o custo de produção cai drasticamente em relação a película, e o auxilio da internet, muitos cineastas partiram para uma maneira alternativa de execução, criando um mercado paralelo a esse que estamos acostumados; com um cinema experimental, que não se limita as imposições comerciais, fazendo filmes com gastos super reduzidos e investimentos próprios, pois quando há liberdade e até limitações o brasileiro é n° 1 em criatividade, permitindo desenvolvimento do raciocínio, quebra de valores antigos, exceções de regras impostas por um cinema metódico e ultrapassado.


Diego Marcell 04/03/07

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