4.10.11

Amizade seletiva

Hoje não sei se posso seguir o exemplo de Oswaldo Montenegro e fazer uma lista de grandes amigos, nem nas suas sub-divisões. Se pela idade avançada para suportar certas irresponsabilidades, ou muito jovem para ser nostálgico a este ponto.

Hoje descobri o sentido de uma frase batida de um amigo, ele diz que “cada vez as amizades vão ficando mais seletas”, mas esta seleção não é partidária como eu pensava, mas natural pela afinidade de um envolvimento que vai além do amor por certos amigos de outra “vibe”.

Hoje vejo nascer a amizade em raros seres, em alguns jamais vistos pessoalmente, mas que o espírito testifica uma amizade superior, apesar de ainda nem poder conceituar como tal. Outras onde algumas divergências são anuladas pela cumplicidade da vida que nos cerca, cultura e filosofia.

Em outros tempos éramos muitos, nos suportávamos apenas, éramos jovens, recém saídos da escola; hoje somos amigos postiços, amigos de amor e carinho, porém sem a cumplicidade de uma amizade que seja digna de amizade, de jantares, de palavras, de opiniões; nossas amizades que se arrastam pela obrigação das almas que continuam a dialogar apesar da distância. A esta rara amizade, quando poetas encontram poetas e por isso se amam e querem cada vez mais a profundeza dos mares por serem espécies raras de seres humanos; estranhos e indigestos, são seus gestos que se cruzam pela amizade digna de assim ser chamada e já não aquele sentimento de distante, carinhoso e insuportável habitar de quem pertence a outra espécie de humano, que se junta em bandos para suprirem a falta de conteúdo dos seus discursos repetitivos.

Um amigo nasce do cotidiano e se materializa na noite que se repete de forma diferente por várias vezes.

Revelar seu lado negro e ainda assim ser aceito é compartilhar de mesmas expectativas pela vida, fazendo da amizade um sentimento de união eterna para o hoje.

Diego Marcell 20-02-2011

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