25.9.11

Meia geração

No tempo em que brincavas de poemas
Num fundo azul
Quais eram seus problemas?
Quais eram seus sonhos, já que tudo,
Em tudo se podia brincar,
Como brindar a esta geração.
E para agora
No vazio das baladas repetidas
Fracionadas e inflacionadas de morbidez
Juvenil
Para beber bebidas fortes e caras
Para perder ao encher a cara
Para acordar sem o fundo anil.
Para que se deixar tão rapidamente
Numa marola levar
Na correnteza que te acorrenta numa
Noite sem colorido
Pouco criativo é teu deitar
E repetido teu levantar
Pois já não sonhou outra vez.
Oh morbidez, que te leva ao estudo sem tesão
Que te leva a anestésicos na televisão
Que te leva a futilidades literárias.
Oh refratários, da própria existência
Que perdeu a conecção
Já não tem hard-core
No seu coração.
Oh, mesmo que rasa.
Sua adolescência e amizades
Eram laços de verdade,
Que a vida a matou
Como mito burlesco
Que te esfriou ao vê-lo frio
Estagnado no chão da grande cidade
Má-orientada
Sua entrada, por ruas poluídas, que são possuídas
Por fakes e fantasmas de vidas passadas de infelizes
Acadêmicos, de gente mecanizada pelo sistema
Socialmente aceito em determinados departamentos.
Triste fim este meio.
Vê-los aceitos por aceitarem a própria derrota.
Como uma vitória em nome da média.
Apesar das notas mais altas, vocês nunca passarão
Da pobre e triste média dos depressivos controlados,
Aqueles que não morrem na lama,
Mas que não possuem salvação.
Melhor seria morrerem na lama,
Suas vidas seriam mais dignas, engraçadas e
Fariam mais sentido para estas almas
Que agora adormecem ressequidas em
Corpos programados para exercerem funções
Médias.

Diego Marcell 16-12-10

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