28.9.11

Bate-papo sobre Rock

Bate papo numa tarde de quinta-feira no MSN, em relação ao texto “Juventude sem rock é nação sem esperança”.

sandro consul diz:
Realmente não tem mais uma geração
nem sei se existia
se não é fruto de uma geração que queria sair do cotidiano
mas no fundo só era um método de viver porque sempre foram rodeados e usufruindo do capitalismo.
Li algo fabuloso que dizia
nascemos originais e morremos como copias.

diego marcell diz:
mas nós nascemos no capitalismo, agora ficar culpando ele é hipocrisia,
essa é a vida.
No texto estou falando de um conceito de juventude que está difícil de ver hoje em dia, e que as vezes produzia alguma coisa legal por pura curtição da idade

sandro consul diz:
Sim, mas mesmo assim era tudo meio mastigado,
até para os que achavam cult,
enfim,
opinião de questionador,
hoje nem tem isso mais
é uma outra geração com outros conceitos,
para esta geração eles são os alternativos
e para anterior também se acham alternativo
e pergunto
O que muda?
acho que vou fazer um xixi de horas atrás haha
mas me responda viu...

diego marcell diz:
Muda que eles não querem mais uma mudança, mesmo que vazia como era,
o querer não existe mais, agora eles estão satisfeitos, eles não querem mais não ser como seus pais, mesmo que antes não deixassem de ser, existia um querer que já não existe, e isso é sepultamento de seres em formação o que acarretará numa sociedade oca.

Resumo da ópera. O que me choca é o comodismo da aceitação daquilo que se vê, não que os rebeldes fossem melhores, mas eles pelo menos não queriam ser mais um numero por aí, mas ter algum sentido na vida, o que essa onda country universitária não tem. Pois dessa “rebelião” deve surgir salvação para uma minoria que seja, mas há, pois se a rebeldia cessa, a impunidade de quem está no comando toma conta como um câncer que se alastra pela sociedade e ninguém mais pode conter, pelo menos o rock poderia salvar ideologicamente a alma de alguns indivíduos que cresceriam para o mundo com outra visão, se os mesmos não fossem corrompidos pelo excesso de caracteres ilusórios que o sonho produz, é neste momento que o herói morre de overdose, é neste momento que o rock erra.

É preciso ter ideologia para viver? Sem duvida. É preciso existir profetas do apocalipse? Com certeza. Para que uma pequena parte do todo desperte do sono profundo da Queda e dissimule o óbvio em busca de realidades tangíveis ao dia de hoje e não apenas tapetes voadores, que em tempos pós-modernos já não colam. A revolução não está em ser vegan, straight edge, ou qualquer outra coisa, isso é um conceito muito restrito dentro das questões sociais e que não interferem uma palha em relação ao próximo, porque abarca questões particulares que tendem a se afunilarem e nunca a se ampliarem para além da opinião, alcançando o dialogo relevante para o altruísmo do espírito e não da carne, apesar do mesmo se dar na carne sem nunca deixar de lado esta que representa sua manifestação real num mundo feito de matéria e apenas elevado pelo abstrato, sendo que este tem sua função também na matéria, jamais o abstrato possível pode fazer sentido fora da materialidade. A revolução é individual sem extrapolar limites, pois só o respeito carrega outros para seu partidarismo, o não-partidarismo do respeito é o melhor partidarismo, do contrario os regimes militares teriam amplitudes éticas e fariam sentido a todos, mas não é isso que se vê.

Sintetizando: não o rock em si, mas tudo aquilo que sempre esteve atrelado aos movimentos não só de rock, mas como o samba no inicio do século XX, ou o Hip-Hop nos anos 80, de alguma forma foram teologias da libertação de classes, e partindo da juventude, pois nela que mora o espírito de vanguarda, mesmo que ainda adormecido e carecendo de algum conteúdo que o possa fecundar.

Diego Marcell 10/03/11

Nenhum comentário:

Postar um comentário