9.6.13

A influência dos astros


            Deus pré-determinou certas questões, executa seu domínio na ordem, na evolução cósmica organizada do seu funcionamento. Deixando nos astros mecanismos de sua Vontade para acontecimentos serem determinados em certas possibilidades pelos ciclos. Assim a vida na Terra se alimenta deste contexto para ter seu fim máximo na vida humana.

ao estabelecer as leis da natureza, lhe tenha prestado seu concurso para ela agir assim como costuma, pode-se crer, sem nenhum prejuízo para o milagre da criação, que só por isso todas as coisas que são genuinamente materiais poderiam, com o tempo, tornar-se tais como as vemos atualmente. (DESCARTES. 2006, p. 39)

            A lei da natureza é a expressão máxima da soberania do Ser Supremo que não precisa de lapsos ou inserções temporais ou espaciais para exercer a divindade ou fazer milagres, sendo as atitudes naturais causas ordenadas de milagres ou efetuação destinatária, nada tem poder para ferir esta lei, pois é a lei de Deus, ele, então, não fere, mas executa, é sua soberania que nos interroga, por sermos maus interpretes, julgamos.
            Nossa “limitada” física faz parte da ordem, nossa liberdade está no fato de possuirmos o ser que se possibilita fundir-se ao Ser Supremo – segundo a questão teológica -, para tanto, fomos escolhidos neste sistema natural como fim ultimo do mesmo para habitar, desfrutar e preservar; a contingencia passa a habitar no fim ultimo, mas nada disso sai do ciclo até certo ponto determinado no nascimento condicionado por situações temporais, esta contingencia vem embutida na lei quando sua declaração é um fim ultimo, o propósito Absoluto que culminaria no ser humano. Então na teologia cristã poder-se-ia concluir que o homem possui a possibilidade do ser justamente por este propósito decretado na lei da natureza. O desejo estabelecido na ordem é cíclico, é o eterno retorno divino.
            Porém o espírito humano pela sua capacidade de comunicar-se com o divino, abriria espaço através da Vontade de Deus que executa suas mais criativas formas de se comunicar espiritualmente com o ser humano no extranatural, onde nem os astros e seu destino e nem a Vontade de Deus que habita na lei da natureza seriam suficientes para estes demais que exclusivisam como milagre, sendo o milagre da exceção, para haver esta comunicação espiritual em propósitos individuais; como todos sabem, quanto a isso não podemos discorrer cientificamente por ser contraditório, assim também como não podemos discorrer empiricamente por não ser Universal e natural, o que cai para o erro da conceituação da exceção e do raro e isto deve ficar restrito ao individuo e sua reflexão e vida, para tirar conclusões que façam sentido dentro do – agora sim – retorno à natureza e Universalidade da razão, sem misturar ambas, pois esta mistura foi e é justamente o erro histórico das religiões, o que as tornam imperfeitas.

Diego Marcell
20-05-11

Referencia


DESCARTES, René. Discurso do método. São Paulo: Escala educacional, 2006.  

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