Deus pré-determinou certas questões,
executa seu domínio na ordem, na evolução cósmica organizada do seu
funcionamento. Deixando nos astros mecanismos de sua Vontade para
acontecimentos serem determinados em certas possibilidades pelos ciclos. Assim a
vida na Terra se alimenta deste contexto para ter seu fim máximo na vida
humana.
ao estabelecer as leis da natureza,
lhe tenha prestado seu concurso para ela agir assim como costuma, pode-se crer,
sem nenhum prejuízo para o milagre da criação, que só por isso todas as coisas
que são genuinamente materiais poderiam, com o tempo, tornar-se tais como as
vemos atualmente. (DESCARTES. 2006, p. 39)
A lei da natureza é a expressão máxima
da soberania do Ser Supremo que não precisa de lapsos ou inserções temporais ou
espaciais para exercer a divindade ou fazer milagres, sendo as atitudes
naturais causas ordenadas de milagres ou efetuação destinatária, nada tem poder
para ferir esta lei, pois é a lei de Deus, ele, então, não fere, mas executa, é
sua soberania que nos interroga, por sermos maus interpretes, julgamos.
Nossa “limitada” física faz parte da
ordem, nossa liberdade está no fato de possuirmos o ser que se possibilita
fundir-se ao Ser Supremo – segundo a questão teológica -, para tanto, fomos
escolhidos neste sistema natural como fim ultimo do mesmo para habitar,
desfrutar e preservar; a contingencia passa a habitar no fim ultimo, mas nada
disso sai do ciclo até certo ponto determinado no nascimento condicionado por situações
temporais, esta contingencia vem embutida na lei quando sua declaração é um fim
ultimo, o propósito Absoluto que culminaria no ser humano. Então na teologia
cristã poder-se-ia concluir que o homem possui a possibilidade do ser
justamente por este propósito decretado na lei da natureza. O desejo
estabelecido na ordem é cíclico, é o eterno retorno divino.
Porém o espírito humano pela sua
capacidade de comunicar-se com o divino, abriria espaço através da Vontade de
Deus que executa suas mais criativas formas de se comunicar espiritualmente com
o ser humano no extranatural, onde nem os astros e seu destino e nem a Vontade
de Deus que habita na lei da natureza seriam suficientes para estes demais que exclusivisam como milagre, sendo o
milagre da exceção, para haver esta comunicação espiritual em propósitos
individuais; como todos sabem, quanto a isso não podemos discorrer
cientificamente por ser contraditório, assim também como não podemos discorrer
empiricamente por não ser Universal e natural, o que cai para o erro da
conceituação da exceção e do raro e isto deve ficar restrito ao individuo e sua
reflexão e vida, para tirar conclusões que façam sentido dentro do – agora sim –
retorno à natureza e Universalidade da razão, sem misturar ambas, pois esta
mistura foi e é justamente o erro histórico das religiões, o que as tornam
imperfeitas.
Diego Marcell
20-05-11
Referencia
DESCARTES,
René. Discurso do método. São Paulo:
Escala educacional, 2006.
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