Sozinho na estação
A palavra rude dos idiotas ecoa
do alto falante
É um cego que te dá a direção
E um surdo que anota os pedidos
Uma anomalia carimba sua testa
“Sim senhor” é a chave mestra
Uma varinha é o que distingue o
professor de uma pedra
Sozinho na estação
Não sei a hora do trem
Nem o que tem além da montanha
Ainda carrego as cinzas dos meus
mortos
Preciso da correnteza do rio para
jogá-los
Sou um pântano, um lago de lodo
Querendo ser mar
Sozinho na estação
O bilheteiro burocrático quer minha
alma
Quer tirar do um sua propriedade
Inventaram a palavra amor
De brinde a palavra carinho
A moeda falsa no tabuleiro dos
doentes
Na jogatina da decadência
Tiros a queima roupa em cama
dividida
Quando encontro um crente
Só almejo a companhia dos pássaros
Quando encontro um sábio
Só almejo a companhia dos cães
Diego Marcell
13/08/18
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