11.8.17



Nem sempre o riso democritiano é prazeroso, às vezes é a única alternativa. O absurdo da atuação dos humanos que apesar do que dizem de si não convencem a realidade dos fatos. Mesmo cansado eu consigo vos dizer através da minha poesia, mas infelizmente aqueles que cruzo no caminho com seus cadernos de poemas, tão serelepes, nada trazem.
            Ao exercitar o raciocínio diante de uma massa incapaz de distinguir a coisa elementar “eu diria mesmo que a burrice é a mais perigosa forma de loucura”[1] sendo que o óbvio é travestido de absurdo pela quantidade doxológica dos idiotas só posso chegar a conclusão que a solidão neste mundo diminuto é a única saída ao ser pensante. Há como presumir algo mais triste e devastador para nossa espécie?
            Assim a ironia deve ser a capa dos dias públicos, enquanto gargalhar uma faquinha de cortar pão. Não tem mais como desperdiçar as palavras com aqueles que fazem tão mau uso delas. Na verdade qualquer coisa que tenda a comunicação vou relegar do vulgo, vou me fechar na caverna de acrílico e neon e dissecar as carnes das espécies que não alcançaram a mágica fonética, porque ao menos entre eles há alguma razão de ser não corroída de ilusão.

Diego Marcell
06 de agosto de 2017
Pequenos ensaios


[1] Nelson Rodrigues.

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