29.5.17

Um manifesto de tristeza




A tristeza me arrebatou
Sinto pontadas no peito
Não sinto vontade de coisa alguma
Não sinto vontade de comer
O corpo dói por isso
Não escorre lágrima
Não tenho lágrimas
Não enxergo horizontes com meus óculos escuros
E por que tornar público?
Para saberem que meu movimento de vida é dependente
De saúde
Levei um golpe
Ando semi-nocauteado pelo ringue e o arbitro insiste que estou bem
Mas fui atingido
Fico inerte já não golpeio, já não corro
Todos a minha volta são mestres em sugar o tesão
Querem tirar todo tesão de viver
Inconscientemente me lincham como aquela mulher
Minha mente caiu e meu corpo ficou à mercê
Fui contaminado
Meu melhor “eu” se tornou um lixo
Meu peito dói
É mais que tristeza materializada?
O pares te colocam na roda pra jogar
Os pares querem te sugar
Os pares querem te tornar forte, mas são doenças contagiosas
Já não poderei amar os que me matam
Devo encontrar o verdadeiro cominho
Aquele que me sustenta só
Aquele que não mais pode titubear emocionado
É preciso centrar-me
Mover a energia reprimida sem qualquer moral
Sem qualquer bem que não me faz bem algum
Escrevo um desabafo, manifesto sem qualquer poesia
Pois se eu não voltar
Que saibam os nomes dos meus assassinos.

Diego Marcell
29/05/2017

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