2.11.16

Comentário poético sobre o texto “Nota sobre o texto “O homem deus””



Eu exultando por elaborar uma tese em dez páginas que resultariam numa única pergunta síntese de certa relevância filosófica, mas ignorado como o indiferente fantasma mendigo. O corpo sob tremores de êxtase do mais puro pentecostalismo da mecânica quântica, de pequenos cosmos poéticos, de artista deus, mas de amor moralizado, de solidão física e vazio. Eu estandarte da libertação aprisionado. Querendo transformar a relação pelo mecanismo do eterno retorno para gerar e criar uma pequena contingência, insignificante que fosse, mas que viesse pelo nosso todo contraditório para não ser consumido pela entropia antinatural e dualista do espelho distorcido que ditava o incompreendido por alegorias ainda mais incompreensíveis. Agora eu estava lá, deus sem plateia a reverberar em mim insignificância criativa, resultante de compreensão. Por isso dado ao homem o designo de pequeno deus, “pequenos deuses”, mas repito a pergunta, agora a ti, a natureza pode absorver a contingencia da nossa causalidade? Se diante dos iguais, como espécie, nos desrespeitamos ao tolerarmos, a heteronomia é crer na imagem de gesso de uma imagem mental de uma imagem terrestre absorvida pela imagem mental criada para nos criar para explicar nossa causa a nós, ao perceber que quem teria que explicar eram nós mesmos, tivemos que causar para entender e ao entender como é causar nos responder como somos causa e por consequencia porque somos causa, mas apesar disso, mantivemos a moral dos tempos das imagens de imagens ainda dizerem como devemos nos comportar. Por isso heteronomia. No fundo não importa nem um pouco se a natureza pode absorver a contingencia da nossa causalidade, porque existe o gozo, o regozijo, Genesis vem coberto de sêmem e a sensação é ótima, enquanto o opositor do demiurgo continua sendo a própria natureza, por isso ausência de moral. O demiurgo não é um espírito forte o suficiente para ir até o fim no conflito dos conceitos de deidade, mas pode ainda dizer muita coisa já que o fundamentalismo tem povoado tantas mentes, isso se deve a que? Falta de gozo. Por isso defendo o ensino da arte como criação em todas as idades, para que o lado espiritual das pessoas os façam de fato ficarem mais próximas de deus, e não estou dizendo que precisam aprender a mecânica da contingencia, mas que apenas exercitem muita criação irresponsável, que gozem muito para não serem preenchidos de moral estática, cabeça vazia oficina... Ao criar a futilidade que é causalidade incapaz de contingência você exercita-se, cria não para ser autônoma, mas para si, reconhecendo-se o pequeno deus do processo reconhece o deus contingente, a Natureza, o aproxima porque o aproxima da experiência, lá na caverna a experiência ocorreu com a presença de uma imagem física de uma imagem mental criada para responder sobre sua causa, assim o artista-poeta ao criar responde a si sem imagens de imagens o que é sentir, há imensa estesia na natureza porque ela é forma e necessidade como composição, por isso ao sairmos finalmente da representação, da mímesis em arte, alcançando a autonomia da arte, aproximamos nosso espírito do espírito do deus natureza, porque se antes estávamos sujeitos à moral onde a arte deveria ser representação dos signos da moral, assim fazíamos imagem de imagem mental que era baseada em imagens de iguais que eram transferidas a outros e eram inseridas na imagem mental criada para responder sobre a causa do homem; assim pela abstração alcançamos a coisa em si, ou seja, a abstração, capacidade de captar a mecânica e copiá-la até o ponto que esta se torne a cópia perfeita capaz de causar. Mas nas artes, nas linguagens, criamos para nossos pequenos cosmos, e isso nos basta para sermos partícipes no processo e não sermos destinados por uma ilusão de meio de caminho. Entre tantas e de tantos tamanhos que há em nosso meio.

Diego Marcell
30/10/2016

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